Você já ouviu falar em reações químicas controladas pela voz? Não? Então venha conosco e aprenda como você pode convencer uma reação química a acontecer na frente dos seus olhos….
(se você ainda está em dúvida se isso é uma brincadeira ou não…. siga em frente e descubra adiante)
Apresentando demonstrações de experimentos
Muitas vezes queremos mostrar um determinado fenômeno em sala de aula, mas fazer com que todos os alunos façam o experimento não é a melhor opção. Isso pode acontecer por uma questão de tempo, por que não temos materiais ou reagentes suficientes para diversos grupos de alunos, ou por uma questão de segurança.
Mas o professor pode querer conduzir a ação simplesmente por que quer interagir com os alunos à medida em que as diversas etapas do experimento se desenrolam. Quando o professor apresenta o experimento desta forma, chamamos essa estratégia de uma demonstração interativa.
Algumas dicas importantes sobre a apresentação de demonstrações:
- não conte o fim do filme! Surpresa é fundamental. Ao invés de dizer “vamos misturar soluções de carbonato de sódio e cloreto de cálcio e um precipitado vai se formar”, experimente falar “vamos misturar estas duas soluções e vamos ver o que acontece!”. No segundo caso, você tem uma chance muito maior de que todos os alunos estarão curiosos para saber o que vai acontecer.
- você pode usar uma sequência P-O-E: Prever – Observar – Explicar. Nesta abordagem você explica aos alunos o que você vai fazer e pede a eles que façam uma previsão do que vai acontecer. Em seguida você realiza o experimento para a classe, chamando a atenção para as partes mais importantes. Finalmente, você pode discutir com os alunos o que aconteceu e se referir às previsões feitas no inicio da atividade.
- uma demonstração pode ser uma ótima maneira de iniciar um novo tópico, especialmente ao se selecionar experimentos intrigantes e com resultados surpreendentes.
- para que uma demonstração atinja os seus objetivos, é importante que os alunos consigam realmente ver o fenômeno apresentado. Use quantidades suficientes dos materiais para que todos os alunos, incluindo os que estão no fundo da sala consigam enxergar bem o que está acontecendo. Você pode usar algum método para projetar o experimento, como usando uma câmera e um projetor multimídia ou fazer o experimento sobre um retroprojetor.
Preparando a demonstração
Coloque cerca de 30-40 mL de álcool no frasco. Adicione 5-10 gotas de solução de fenolftaleína 0,1% (em álcool) e agite. Em seguida, adicione a solução de hidróxido de sódio gota a gota, agitando o frasco, até que a solução tenha uma coloração rosa permanente.
Apresentando a demonstração
Você pode apresentar a demonstração de inúmeras maneiras diferentes, dependendo dos seus objetivos e da sua audiência. Eu tenho apresentado esta demonstração em eventos de divulgação científica, como shows de Química e palestras com experimentos. Nestes casos, eu acho interessante criar uma história que conduz o experimento, para depois explicar o que está acontecendo, mesmo que a história não tenha nada a ver com o que realmente estamos fazendo. O objetivo da história é conseguir uma maior participação da audiência, que fca querendo saber aonde isso vai parar.
Assim, criamos a brincadeira de falar que a reação usada é “ativada pela voz”. Veja no vídeo abaixo como contamos a história.
Outros detalhes
Se você já viu o experimento no qual alguém sopra com um canudinho em uma solução de base com fenolftaleína, deve ter achado estranho que nós conseguimos fazer com que a cor da solução mude com apenas uma pequena quantidade de gás carbônico. Afinal, no experimento com o canudinho, é comum que tenhamos que soprar na solução por bastante tempo para que ela mude de cor.
A diferença aqui é devida à quantidade de água presente nos dois casos. Na reação ativada pela voz, usamos o álcool sem colocar nenhuma água, ou seja, temos muito pouca água e um monte de álcool. Já no segundo caso, onde sopramos com o canudinho, todo o líquido praticamente é água. Assim, no primeiro caso, é fácil alterar o pH da água presente, pois a sua quantidade é muito pequena. O álcool não participa do equilíbrio ácido-base. No segundo caso precisamos de muito mais gás carbônico, pois temos de alterar o pH de toda a solução aquosa.
Finalmentes
Gostou de conhecer o experimento? Pretende usá-lo nas suas aulas? Quer conhecer outras demonstrações diferentes? Então comente abaixo e compartilhe com seus colegas.